Volta do Ouro Branco: projetos resgatam cultivo de algodão no Ceará


O Ceará já foi o segundo maior produtor de algodão do Brasil, com 1,3 milhão de hectares plantados, em 1976. O declínio começou na década de 1980, com a praga do e as mudanças nos modelos de financiamento da lavoura, que praticamente extinguiu a cotonicultura por aqui. No entanto, há sete anos, seu cultivo vem sendo retomado de forma mais intensa, principalmente nas regiões Centro-Sul e Cariri, mas também se expandindo para outras partes do estado. 

Num intervalo de apenas seis anos, houve um salto visível na produção no território cearense. Em 2015, por exemplo, foram 390 hectares de área plantada com colheita de 107 toneladas de algodão. Já em 2021, saltou para mais de 3 mil hectares de área cultivada e quase 6 mil toneladas de algodão colhidos. Os dados são da pesquisa da Produção Agrícola Municipal (PAM), desenvolvida pelo IBGE. Os números do ano passado ainda não foram divulgados. 

O sucesso neste resgate parte de duas iniciativas distintas. A primeira, a partir da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Algodão, de Campina Grande (PB), em parceria com a secretarias municipais de Agricultura, que implantaram em 2016 o projeto Modernização do cultivo do algodão no Estado do Ceará, voltado para a produção de algodão de sequeiro. Como experiência, cultivaram 30 hectares no Cariri, em 2018. No ano seguinte, a área expandiu para 700 hectares e mais do que dobrou, em 2021, chegando a 1.500.

A experiência teve sucesso em cidades como Brejo Santo, Milagres, Mauriti, Porteiras, Penaforte, Missão Velha, Crato, Potengi, Altaneira e Barbalha; e em Várzea Alegre, Iguatu e Acopiara, no Centro-Sul. Todos estes municípios estão produzindo a partir de semente transgênica de alta qualidade. Para alcançar bons resultados, os produtores tiveram orientação técnica específica. “A Embrapa deu orientações sobre o plantio, manejo de pragas e desenvolvimento de tecnologias”, explica o engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Algodão, Fábio Aquino.

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